segunda-feira, 12 de abril de 2010

Miritifest atraiu visitantes e movimentou venda de artesanato em Abaetetuba

A sétima edição do Miritifest, que iniciou na última sexta (9)  terminou neste domingo (11)  no município de Abaetetuba, no Nordeste do Pará tendo cumprido suas principais propostas: fortaleceu a relação do artesão local com o mercado consumidor, gerou lucro e ampla divulgação do produto, atraiu milhares de visitantes para o município, valorizou dezenas de artistas locais envolvidos na programação cultural e ainda revelou uma gastronomia típica sui gêneris na região do Baixo Tocantins, como explicou o secretário de Cultura do município, Manoel de Jesus Moraes.   O evento foi realizado nesses três dias por um Grupo Gestor que envolveu Prefeitura Municipal de Abaetetuba, Associação Comercial e Empresarial (ACA), Associação dos Artesãos de Brinquedo de Miriti (ASAMAB), Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Conselho da Mulher Empresária e Sebrae de Abaetetuba. Aproximada mente 30 mil pessoas prestigiaram a programação.

Durante a programação do evento, concentrada na Praça da Bandeira, no centro de Abaetetuba, moradores locais e visitantes tiveram a oportunidade de conhecer a importância da árvore do  miriti (Mauritia flexuosapara a economia, cultura e tradições locais. Eliza Iry Sawada, gestora do projeto Artesanato de Mirití, do Sebrae Pará, explica que a instituição, patrocinadora do Miritifest, há nove anos começou a estudar e investir no artesanato de miriti, visando a profissionalização dos trabalhadores locais. “Garantimos um espaço para comercialização do artesanato de miriti em Belém durante o Círio, realizamos capacitação para aprimoramento da técnica dos artesãos, incentivamos os profissionais a fazerem parte da Asamab e a criarem outros produtos que não só o brinquedo mas objetos decorativos e bijuterias. Agora buscamos dar notoriedade ao artesanato, incentivando eles a criarem a delimitação de área com o Selo de Identificação Geográfica para que todos reconheçam o artesanato produzido em Abaetetuba”. Afirma Eliza, ao informar que o orçamento do Sebrae para trabalhar o melhoramento do artesanato de miriti em Abaetetuba em 2010 é de aproximadamente R$ 300 mil, dos quais R$ 20 mil foram destinados ao  Miritifest.

À Associação Comercial e Empresarial de Abaetetuba (ACA) coube no Miritifest a missão de agregar a iniciativa privada ao evento, aproximando cada vez mais o grande empresário do artesão, aumentando as oportunidades de geração de negócios, garante Benedito Bitencort, presidente da ACA. “Eles (artesãos) trabalham o ano todo, por isso  realizamos agora reuniões mensais, discutindo melhorias e buscando investimentos”. Garante Benedito, ao afirmar que o artesão de Abaeté hoje fornece produtos para todo o Brasil e até exterior.

Por traz do processo de capacitação  e de comercialização da cadeia produtiva do artesanato parcerias foram criadas com outras entidades, como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) que garante proteção ao crédito e busca de patrocínio e o Conselho de Mulher Empresária, também apoiadores do Miritifest.

Na retaguarda de todas essas iniciativas de tornar o Miritifest um evento há cada ano com maiores proporções e impacto no cenário nacional e o artesão cada vez mais auto suficiente está a Prefeitura de Abaetetuba, que inaugurou na última quinta-feira,dia 8 o Centro de Cultura de Mirití de Abaetetuba. “Antes o visitante chegava na cidade e precisava pesquisar onde encontraria o miriti. Hoje ele tem um endereço certo, um espaço onde está toda a produção dos diversos profissionais da nossa cidade”. Diz Francinete Carvalho, prefeita de Abaetetuba. Ela também anuncia ainda para este semestre a inauguração de um estande de venda e exposição de miriti no Portal de entrada da cidade. “É para que ao chegar o visitante saiba por que Abaeté é a capital do miriti”.

Mas quem comemorou as ações compartilhadas em prol do miriti de Abaetetuba foram os artesãos locais que puderam contabilizar lucros com o Miritifest. É o caso de Maria do Socorro Miranda Ribeiro, que juntamente com mais cinco irmãos ligados à ASAMAB têm no produto a principal fonte de renda da família. “Chegamos a lucrar por mês com a venda do miriti cerca de R$ 400,00 cada um”. Contabiliza Maria, que há 25 anos escolheu essa profissão. Sua família hoje tem pontos de venda em Abaetetuba e Belém e é fornecedora de artesanato para São Paulo e Rio de Janeiro, assim como muitos dos mais de 100 associados da Asamab, como afirma Desidério Neto, presidente da Asamab.

Aos 74 anos dona Nina Meire Abreu da Silva se diz satisfeita com os rumos que o miriti está dando para a vida de Abaetetuba. Ela conquistou na comunidade local um status especial. Além de ser uma das mais talentosas artesãs do município ela também é uma referência histórica entre os mais de 100 profissionais da Asamab. Seus personagens são caricatos: a mulher que soca a polpa do miriti em um pilão para fazer o vinho, o macaco que bebe água de coco, o barquinho, a cobra e o ribeirinho que transporta em seu barco colorido a cana, o mel, a cachaça, o açaí e o miriti. Este é o seu personagem favorito. “Registrei o Ribeirinho em cartório para ninguém copiar.  Ele carrega coisas no barco que são nossas, da nossa região”. Conta Nina que apesar dos problemas de saúde inerentes da idade já avançada ainda luta por seus ideiais e defende o artesanato de miriti que para ela precisa ser passado para outras gerações.

Visitantes ilustres passaram por Abaetetuba durante o Miritifest. Políticos, artistas, escritores, filhos da terra que retornaram para a festa tradicional ou mesmo “forasteiros”. Todos se deliciaram com pratos de miriti: vinhos, lasanhas, pudins, bolos, etc. e elogiaram o evento. É o caso do renomado escritor paraense Salomão Laredo, recebido com muito carinho pelos artesãos, especialmente por dona Nina. Salomão falou da necessidade de melhorias na estrutura e organização do evento mas reconheceu a importância para o Pará.

“Há um avanço muito grande, é visível o aprimoramento da técnica. Fico feliz de ver que estamos valorizando o miriti, um produto da terra, que fala e expõe nossa cultura, através do lúdico, do brinquedo, da gastronomia”.  Elogiou o escritor que foi buscar no miriti inspiração para sua preciosa e rica obra literária.

Nas mais de 70 ilhas de Abaetetuba, centenas  ou talvez milhares de ribeirinhos, que diariamente fazem a coleta, armazenam em paneiros, cozinham e beneficiam todos os derivados do miriti, mesmo com pouca consciência da grandeza da cadeia produtiva desse produto comercializado internacionalmente, seguem sua rotina de trabalho, às margens do canal do Sirituba e de outros, na expectativa de que os barcos e canoas continuem passando diariamente e assim possam, levar rio acima o festejado miriti.

 Texto: Benigna Soares - Abrajet Pará 
www.abrajetpara.blogspot.com 

domingo, 11 de abril de 2010

Miritifest atraiu visitantes e movimentou venda de artesanato em Abaetetuba



A sétima edição do Miritifest, que iniciou na última sexta (9)  terminou neste domingo (11)  no município de Abaetetuba, no Nordeste do Pará tendo cumprido suas principais propostas: fortaleceu a relação do artesão local com o mercado consumidor, gerou lucro e ampla divulgação do produto, atraiu milhares de visitantes para o município, valorizou dezenas de artistas locais envolvidos na programação cultural e ainda revelou uma gastronomia típica sui gêneris na região do Baixo Tocantins, como explicou o secretário de Cultura do município, Manoel de Jesus Moraes.   O evento foi realizado nesses três dias por um Grupo Gestor que envolveu Prefeitura Municipal de Abaetetuba, Associação Comercial e Empresarial (ACA), Associação dos Artesãos de Brinquedo de Miriti (ASAMAB), Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Conselho da Mulher Empresária e Sebrae de Abaetetuba.




Durante a programação do evento, concentrada na Praça da Bandeira, no centro de Abaetetuba, moradores locais e visitantes tiveram a oportunidade de conhecer a importância da árvore do  miriti (Mauritia flexuosapara a economia, cultura e tradições locais. Eliza Iry Sawada, gestora do projeto Artesanato de Mirití, do Sebrae Pará, explica que a instituição, patrocinadora do Miritifest, há nove anos começou a estudar e investir no artesanato de miriti, visando a profissionalização dos trabalhadores locais. “Garantimos um espaço para comercialização do artesanato de miriti em Belém durante o Círio, realizamos capacitação para aprimoramento da técnica dos artesãos, incentivamos os profissionais a fazerem parte da Asamab e a criarem outros produtos que não só o brinquedo mas objetos decorativos e bijuterias. Agora buscamos dar notoriedade ao artesanato, incentivando eles a criarem a delimitação de área com o Selo de Identificação Geográfica para que todos reconheçam o artesanato produzido em Abaetetuba”. Afirma Eliza, ao informar que o orçamento do Sebrae para trabalhar o melhoramento do artesanato de miriti em Abaetetuba em 2010 é de aproximadamente R$ 300 mil, dos quais R$ 20 mil foram destinados ao  Miritifest.


À Associação Comercial e Empresarial de Abaetetuba (ACA) coube no Miritifest a missão de agregar a iniciativa privada ao evento, aproximando cada vez mais o grande empresário do artesão, aumentando as oportunidades de geração de negócios, garante Benedito Bitencort, presidente da ACA. “Eles (artesãos) trabalham o ano todo, por isso  realizamos agora reuniões mensais, discutindo melhorias e buscando investimentos”. Garante Benedito, ao afirmar que o artesão de Abaeté hoje fornece produtos para todo o Brasil e até exterior.


Por traz do processo de capacitação  e de comercialização da cadeia produtiva do artesanato parcerias foram criadas com outras entidades, como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) que garante proteção ao crédito e busca de patrocínio e o Conselho de Mulher Empresária, também apoiadores do Miritifest.


Na retaguarda de todas essas iniciativas de tornar o Miritifest um evento há cada ano com maiores proporções e impacto no cenário nacional e o artesão cada vez mais auto suficiente está a Prefeitura de Abaetetuba, que inaugurou na última quinta-feira,dia 8 o Centro de Cultura de Mirití de Abaetetuba. “Antes o visitante chegava na cidade e precisava pesquisar onde encontraria o miriti. Hoje ele tem um endereço certo, um espaço onde está toda a produção dos diversos profissionais da nossa cidade”. Diz Francinete Carvalho, prefeita de Abaetetuba. Ela também anuncia ainda para este semestre a inauguração de um estande de venda e exposição de miriti no Portal de entrada da cidade. “É para que ao chegar o visitante saiba por que Abaeté é a capital do miriti”.


Mas quem comemorou as ações compartilhadas em benefício do miriti de Abaetetuba foram os artesãos locais que puderam contabilizar lucros com o Miritifest. É o caso de Maria do Socorro Miranda Ribeiro, que juntamente com mais cinco irmãos ligados à ASAMAB têm no produto a principal fonte de renda da família. “Chegamos a lucrar por mês com a venda do miriti cerca de R$ 400,00 cada um”. Contabiliza Maria, que há 25 anos escolheu essa profissão. Sua família hoje tem pontos de venda em Abaetetuba e Belém e é fornecedora de artesanato para São Paulo e Rio de Janeiro, assim como muitos dos mais de 100 associados da Asamab, como afirma Desidério Neto, presidente da Asamab.


Aos 74 anos dona Nina Meire Abreu da Silva se diz satisfeita com os rumos que o miriti está dando para a vida de Abaetetuba.  Ela conquistou na comunidade local um status especial. Além de ser uma das mais talentosas artesãs do município ela também é uma referência histórica entre os mais de 100 profissionais da Asamab. Seus personagens são caricatos: a mulher que soca a polpa do miriti em um pilão para fazer o vinho, o macaco que bebe água de coco, o barquinho, a cobra e o ribeirinho que transporta em seu barco colorido a cana, o mel, a cachaça, o açaí e o miriti. Este é o seu personagem favorito. “Registrei o Ribeirinho em cartório para ninguém copiar.  Ele carrega coisas no barco que são nossas, da nossa região”. Conta Nina que apesar dos problemas de saúde inerentes da idade já avançada ainda luta por seus ideiais e defende o artesanato de miriti que para ela precisa ser passado para outras gerações.


Visitantes ilustres passaram por Abaetetuba durante o Miritifest. Políticos, artistas, escritores, filhos da terra que retornaram para a festa tradicional ou mesmo “forasteiros”. Todos se deliciaram com pratos de miriti: vinhos, lasanhas, pudins, bolos, etc. e elogiaram o evento. É o caso do renomado escritor paraense Salomão Laredo, recebido com muito carinho pelos artesãos, especialmente por dona Nina. Salomão falou da necessidade de melhorias na estrutura e organização do evento mas reconheceu a importância para o Pará.


“Há um avanço muito grande, é visível o aprimoramento da técnica. Fico feliz de ver que estamos valorizando o miriti, um produto da terra, que fala e expõe nossa cultura, através do lúdico, do brinquedo, da gastronomia”.  Elogiou o escritor que foi buscar no miriti inspiração para sua preciosa e rica obra literária.
Nas mais de 70 ilhas de Abaetetuba, centenas  ou talvez milhares de ribeirinhos, que diariamente fazem a coleta, armazenam em paneiros, cozinham e beneficiam todos os derivados do miriti, mesmo com pouca consciência da grandeza da cadeia produtiva desse produto comercializado internacionalmente, seguem sua rotina de trabalho, às margens do canal do Sirituba e de outros, na expectativa de que os barcos e canoas continuem passando diariamente e assim possam, levar rio acima o festejado miriti.

Texto: Benigna Soares - Abrajet Pará 

Leia Mais: www.noticiasabaetetuba.blogspot.com
(91) 8842-8129 


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Abaetetuba realiza sétima edição do Miritifest






O município de Abaetetuba, no baixo Tocantins,  realiza de 9 a 11 deste mês, na Praça da Bandeira, o VII Miritifest. O evento, que nos últimos anos vem atraindo um número cada vez maior de visitantes e despertando a atenção da mídia nacional, é uma realização do Grupo Gestor do Miritifest, que inclui a Prefeitura Municipal de Abaetetuba, Associação Comercial e Empresarial, Associação dos Artesãos de Brinquedo de Miriti, Câmara dos Dirigentes Lojistas, Conselho da Mulher Empresária e Sebrae de Abaetetuba.




A programação do Miritifest tem como destaque a feira de exposição e venda de artesanato de miriti, mas seus realizadores também prepararam uma imperdível programação cultural com artistas da terra, seguindo a proposta de valorização da produção e dos aspectos culturais de Abaetetuba. A gastronomia local também será valorizada em estandes de comidas típicas a serem disponibilizados na Praça de Alimentação do evento, que deve receber mais de 30 mil pessoas. Os visitantes poderão saborear vinhos, doces, míngaus e outras delícias de miriti.

O Comitê Gestor do Miritifest também reservou atividades esportivas para os três dias do evento que terá competições e a tradicional Corrida de Batalhadores de Bicicleta, já que o Município e também conhecido como “terra da bicicleta”, pois é um meio de transporte mais utilizado pelos habitantes.

Símbolo do Círio de Nazaré, maior manifestação religiosa católica da Amazônia, o miriti (Mauritia flexuosa L.), por lei do Patrimônio do Pará, é matéria prima de produtos diversos, especialmente do artesanato paraense. Os brinquedos e outros objetos formatados com o miriti viajam o mundo e chamam a atenção pela beleza, leveza e colorido, graças à criatividade e profissionalismo dos artesãos paraenses, em particular dos artesãos de Abaetetuba, berço da arte em miriti.

A comercialização turística do Pará em grandes feiras e eventos nacionais e internacionais também ganha força com o artesanato de miriti, um incentivo para que os artesãos possam cada vez mais aprimorar seus trabalhos, despertar consciência ambiental para a preservação dos miritizeiros e ainda dar continuidade à cultura local, ao disseminar para os jovens essa prática.

O Miritifest, que teve sua primeira edição em 2004, é realizado tradicionalmente no mês de abril. Nos três dias de festa, Abaetetuba aproveita a oportunidade para demonstrar sua capacidade de gestão pública e empresarial. A arte e a cultura local são fortalecidas assim como as possibilidades de investimento no município e de geração de emprego e renda são ampliadas, graças à parceria entre o poder público, iniciativa privada e sociedade civil organizada, todos com a missão de garantir inclusão social e fortalecimento da cadeia produtiva local, como explica a prefeita de Abaetetuba, Francinnete Carvalho.  

Serviço: VII Miritifest


Data: 9 a 11 abril de 2010



Local: Praça da Bandeira - Abaetetuba-Pará


Informações para a imprensa : (91) 8842-8129 
Texto: Benigna Soares -Abrajet Pará
Fotos: Elivaldo Pamplona - Abrajet Pará